quinta-feira, 26 de abril de 2012

Ninguém curtiu isso

Eu tinha uma namorada. Eu tinha um orkut meio paradão. Fui cansando dos dois, até que, no mesmo dia, terminei o namoro e excluí o orkut. No rito de passagem para a nova vida, fiz um Facebook. Em um mês, estava viciado. Não em saber da vida dos outros, mas em ganhar "curtir" dos meus amigos.
Tudo que eu comentava tinha que ser irônico e inteligente. Passava o dia procurando coisas legais pro meu mural. Tinha pena de quem postava modinhas só pra ser curtido. Caio Fernando Abreu nunca teve vez no meu Face, e muito menos “minha tia saiu do coma”. Eu queria curtir difíceis. Vasculhava a internet o tempo todo. Olha, o Freud pintado de cor de rosa escrito Pink Freud! Postava e atualizava mil vezes nas horas seguintes. Se ficasse dez minutos preso no trânsito, já pegava o celular pra conectar.
Não tendo tempo pra sair por causa do vício, comecei a me apaixonar por perfis de meninas. Olhava a foto do perfil e imaginava toda a nossa vida de casal feliz, com um labrador e dois filhos. Cutucava. Se ela me adicionasse e eu não gostasse das fotos do álbum, sentia como se ela tivesse me traído com meu irmão. Não me julguem fútil ainda, duvido que hoje em dia alguém não tenha passado por coisa parecida.
Fútil mesmo eu era quando começava a sair com alguém. Assim que possível, tirava uma foto com a guria e publicava. Cheio de ansiedade e de F5, esperava os curtir. Se fossem poucos, já me preocupava. Por que não curtiram? O que ela tem de errado que eu não percebi? Por que no mês passado a foto da Fulana teve muito mais gente curtindo? Com o tempo, criei um sistema de regras. Para ser justo, postava as fotos sempre no mesmo dia da semana e horário, assim teriam um público igual. Só pensava em um futuro com a menina se pelo menos 17 pessoas tivessem curtido, no mínimo 7 homens (eu queria que ela fosse gostosa) e 7 mulheres (queria que ela fosse “fofinha” também). E, o mais importante de tudo, se a minha mãe curtisse, terminava tudo imediatamente, por telefone mesmo.
Quando comecei a me achar patético fiz uma terapia de choque: voltei com a minha ex e pedi pra ela apagar o meu perfil (eu não teria coragem). Hoje vivemos felizes. Mais ou menos felizes. Pela segunda noite seguida ela se negou a fazer sinal de jóinha depois do sexo, e eu venho tendo um sonho recorrente em que tenho um twitter e todo mundo me dá RT. (por Cercadinho)

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Dica: Leiam os textos feitos pelo Marcão, histórias marcantes, contadas com realismo. Descreve os fatos de maneira direta, sem receios ou pudores.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Lenda ou verdade

Ando sem fé, cético e querendo realidade. Tão triste esse momento, tenho rejeitado a ficção, procuro fatos reais e concretos. Perdi capacidade de sonhar e acreditar no inviável. Tenho ficado quieto, parado e no marasmo. Ausência de projetos, devaneios e delírios.
Frases soltas, nem continuo e textos acabam sendo evitados. Queria ser genial, me dei conta das limitações. Confesso tento evitar erros e redundância. Ideias brilhantes restritas a quem tem qualidade. Eu sou apenas um contador de casos, lamento. Desejava encantar, fascinar, mostrar histórias de maneira agradável.
Confuso assumir deficiências, corto artigos, mas peco na carência de ideias. Estamos em lítigio, talvez definitivo. Demorei para perceber, julgava como uma união estável, minha com as letras. Porém era semelhante coelhinho da páscoa, papai noel e outros mitos. Iberê escritor, só em lenda, a verdade sou apenas um mero contador de casos. (por Iberê)

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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Tentando sobreviver

Minha mão com do meu sobrinho.
Já fiz viagens interessantes, conheci locais admiráveis e outros desprezíveis. Tive queridas inesquecíveis e mulheres, as quais nem o nome recordo. Amizades vitalícias e espontâneas. Bebi com álcool quase tudo, uísque, cerveja, caipirinha e drinques variados, mas rejeito refrigerante. Animais adoro, possuo inclusive criação de canários belgas e peixes. Aqui de bicho, só gato descarto. Sou viciado em futebol, vejo, tento jogar e ainda registro jogadas. Meu time o Inter, lógico, escolha lúcida e sem devaneio.
Tenho defeitos aos montes, deliro em excesso, acredito em sonho e a realidade parece distante. Talvez até tenha alguma qualidade, desprezo alto elogio, julgo como algo forçado e falso. Assumo ando cansado de tentativas, queria uma solução mágica e encontrar as palavras adequadas. Ainda resta a ilusão, quem sabe no futuro domine enfim as letras. Nos esportes, sigo correndo, nunca sai do lugar, sou quase rato de laboratório. Cada corrida uma história, quase morri, quando tentei vitória. Agora só mantenho as passadas ritmadas até a linha de chegada. Os passos continuam, porém com menos velocidade. Hoje para mim, apenas mais um dia, alguns festejam e chamam essa data de aniversário. Recebi mensagens, emails e telefonemas. Sigo tentando sobreviver, o tempo continua passando, até o momento da passagem de cada um. (por Iberê)

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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Confissões de uma fronha

O título até pode parecer desconexo e estranho, mas parem queridas e pensem comigo. Quantas situações ficam restritas a um quarto? Cada palavra, cenas trancadas naquele espaço. A linda pode se acabar em uma noite, a fronha entrega, confessa. Quantos rostos ficam presos nela, em casos dramáticos passam uma face e fica maquiada. Com coragem admito, já fui vitima de confissões dela. Complicado a noite, luz baixa, trago, deixa margem para engano e confusão no olhar.
No amanhecer, belezas desconexas, realidade crua e sem disfarce. Ver ao lado, o travesseiro com face quase fantasiado, assusta e apavora. Queria, simples, banal, delírio ausência de disfarces e mascaras. Apenas o básico, menos maquiagem, um pouco mais de realismo e conseguir observar a expressão. Posso estar errado, mas quem sabe neste devaneio de veracidade, também consiga reduzir o nível de álcool e enfim consiga viver uma história sem artifícios. (por Iberê)

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