Negociador do Fim – Caso Secador de Cabelos

O Negociador, na época morava com a família, pais e irmãos. Estava sozinho em casa, final de semana, os familiares na praia. Combinou um churrasco com amigos, objetivo conversar e trago. Ligou avisando os convidados, mas não marcou horário. Cada um chegava quando pudesse, sem compromisso e hora determinada.

No começo da tarde bate a porta. O Cebola com duas caixas de latinhas de cerveja, primeiro a chegar no local. Começam a beber e fazer os preparativos para o churrasco. Ligam a televisão, passava um jogo de futebol, volume alto, pois narração esportiva necessita emoção e altura.

Cerveja gelada, carne espetada, fogo pronto. Faltavam apenas os outros convidados. Escutam barulho esquisito, um som de chave e porta abrindo. Estavam um piso abaixo da entrada. O negociador indaga, pergunta: Quem é? Cebola ri e argumenta: Está bêbado, não é nada. Desconfiado, fica ao lado da escada, imóvel, aguarda em silêncio. Cebola continua sentado no sofá, descontraído e nem liga para a paranóia.

Passos se aproximam, uma sombra próxima. Alguns metros de distância, estica o braço e cata um secador de cabelos. Quando a imagem fecha, atira e joga com força na altura do abdômen o objeto. Havia acertado em cheio, instante de apreensão, gritos apavorados de dor. Quando chega perto, no chão a namorada do irmão.

Haviam retornado antes do final de semana no litoral e pelo volume da TV não escutaram as perguntas. A mulher indignada, chama o namorado e exige uma atitude. Humilhada, cobrava uma reação drástica, conta a história: Amor estava descendo a escada para pegar algo na geladeira e fui atingida por um secador de cabelos. O cara escuta, começa a rir do fato inusitado. Esbraveja, furiosa, bufa de raiva, levanta a blusa e mostra o roxo. Tenta sensibilizar e provocar uma briga. Mano toca uma cerveja. Quanto está o jogo? (por Iberê)