Foto feita por Iberê, pôr do sol em Porto Alegre |
Porém evito, finjo, nem notar a beleza delas e sou até meio seco na despedida. Falo poucas palavras, só desejo sorte e peço para cuidarem mãos bobas e amassos. Porém coloco em risco, entram em bibocas, locais sinistros, confusos, por uns míseros trocados. Confesso, lamento, em momentos, quase invado para buscar de volta e entro na pancada para salvá-las do pior. No entanto, deixo minhas queridas a mercê do destino, lutam por futuro, mudam formato e querem apenas um tempo de descanso. Algo simples como se escorar na parede e relaxar. São tantas, amo todas, mas mesmo assim, despacho ao relento. Admito, mereciam respeito, dignidade e um lar. Se acomodam qualquer lugar, um quarto, sala, já bastam. Humildes sofrem no silêncio, escutam bobagens, ofensas e nem respondem.
Sou viciado nelas, gosto de ajustar, não faço por dinheiro, quero elogios para minhas queridas. Eu me irrito quando ofendem e julgam de forma precipitada. Precisam de consideração, qualidade de vida e quem sabe uma aposentadoria. Pequenas, passam desapercebidas, crescem e viram atrativas. Porém envelhecem ao toque, perdem a essência a cor e vão se despedaçando até ficarem esquecidas como arquivo morto. (por Iberê)
* Singela homenagem a cada foto feita por mim, percorrem trajetos enormes em busca de valorização.
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Dica: Leiam os textos feitos pelo Marcão, histórias marcantes, contadas com realismo. Descreve os fatos de maneira direta, sem receios ou pudores.
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