quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Uma viagem quase romântica

Dez anos de união, só tinham viajado na lua de mel. Depois só finais de semana na praia. Desta vez estava marcado, as férias na mesma data. Teriam vinte dias para aproveitar. Tudo estava acertado. O filho ficaria aos cuidados da mãe dela. O destino: uma cabana, perto, mas longe das complicações.
Pega estoque de bolachas, barbeador e algumas roupas. Mala pequena, nada de exagero. Antes de sair busca na adega uma caixa de vinho tinto e uma peça de queijo. Guardam os celulares.
Ela pede ajuda. A mala está pesada, recheada de toda sorte de roupas, acessórios, sapatos, maquiagem e tudo mais. Levava ainda uma maleta na mão. Conteúdo? O marido vai descobrir.
Olha, considera exagero, mas vê a covinha de alegria estampada no rosto dela. Acaba pegando sem comentar. Estava pesada, um chumbo. Cerca de uns quarenta quilos e com bagagem suficiente para dois meses.
Chegam à entrada da casa. Hora de despedidas. Ela cita uma lista de conselhos para o filho. Coisa de mãe! Não esqueça de comer, não fale com estranhos, não beba, não beba ou coma nada oferecido por estranhos. O combinado era vinte dias só entre o casal, longe do resto do mundo. Mesmo assim deixou com o garoto um número de telefone do chalé. Depois, deu um beijo na testa do menino e acariciou seus cabelos.
Antes de sair chama o piá e dá umas dicas básicas de cuidados com os animais. O cachorro e pássaros, a criança seria responsável. O guri gosta da função. Se sente valorizado no alto dos seus oito anos. Aproveita e pode jogar bola direto com teus amigos, depois o pai compra outras flores para o jardim. Nada de beijos! Somos homens, mas vem cá e me dá um abraço.
Decidem partir. Até o chalé eram umas quatro horas de viagem e queriam chegar antes do anoitecer. Deram a partida e foram. Estrada de chão batido, esburacada, ausência de asfalto e sinalização. (por Iberê)Ela estava dormindo. Acordou com um barulho, o carro balançando. Olharam pela janela. O pneu já era! Estaciona e desce para conferir. Estava furado e estavam sem estepe. Por causa da mala, acabaram fazendo ajustes forçados de espaço.
Depois de algum tempo discutindo o que fazer, decidem pegar as malas e seguir para o chalé. Uma placa indicava que ficava a cinco quilômetros do local. Deixariam ali o carro. Afinal, no fim do mundo, quem roubaria um carro?
Ele de bermuda e tênis, já ela com salto alto e vestido. Lógico, a mala chumbo ele carregava. Ela até tentou ajudar, mas não conseguia sequer caminhar no barro. Lentos, quase uma hora de caminha para chegarem ao chalé.
Chegam exaustos e precisando de um banho. No chalé estão famintos, porém cansados, depois de tanto andar. Deixam as malas pelo caminho e ela se joga numa poltrona confortável, enquanto isso, a noite chegava.
Estava cansada, mas acima de tudo, achava que precisava de um banho. Foi espiar o banheiro. Havia uma banheira convidativa. Voltou ao quarto e sussurrou algo no ouvido do marido e ele pareceu gostar da sugestão dada. Ela voltou ao banheiro e ele a seguiu.
Aceita o convite para o banho, hidromassagem e carícias. Ligou a banheira, regulou a temperatura da água. Depois de alguns minutos vai conferir o volume de água. Suja, imunda, escura.
Decepção! Ainda assim, havia o chuveiro. Torceram para que a água suja se devesse a um problema exclusivo da tubulação da banheira. Além do que, um problema não pode ser suficiente para estragar férias tão aguardadas. Então ela o beijou, acariciou e puxou suavemente em direção ao chuveiro.
Não resiste, com mãos começa a encostar no corpo dela. Trocam beijos. Dividem o espaço e querem sentir um ao outro. Se abraçam, beijam. Ela puxa sua camisa e ele parece entender o significado. Tira! Dinâmico e com desejo, esquece as bolhas no pé da caminhada. Quer sentir prazer e segue a cena acelerado. Em segundos afasta as roupas dela.
Ela tira dele as últimas peças, entram no box. O clima esquenta. Abrem o chuveiro e a água está clara e morna. Se abraçam até que ela para! Olha estarrecida para um ponto no teto, a boca aberta e um berro.
Parado, imóvel, mas morcego. Ele cata a toalha, tenta afugentar o bicho. Joga, erra o alvo e animal começa a voar. Ela se apavora e sai correndo para baixo das cobertas.
Correndo e gritando, vai para baixo das cobertas sim, mas não sem antes fechar o marido no banheiro junto com o morcego. Só sairia de lá se o morcego estivesse desaparecido de vez.
O desgraçado parece o Conde Drácula, se esquiva das toalhadas. Enfim consegue fazer ir embora, mas quando volta, esposa estava dormindo. (por Iberê)

19 comentários:

Simey Lopes disse...

Tenso, os planos que não saem como planejamos, uma coisa que era pra ser romantica se torna um desastre, chega a ser engraçado. As vezes a vida é mais engraçada que outra coisa.

O Cercadinho disse...

Simey, humor única alternativa para esquecer fatos negativos.

bjs
(por Iberê)

Cuecas no Varal disse...

Se eu fosse ela agradeceria a ele por tamanha proteção...e não pegaria nos sono mesmo.

Cuecas no Varal disse...

Se eu fosse ela agradeceria a ele por tamanha proteção...e não pegaria nos sono mesmo.

Raquel disse...

hauahuah né?? Pegar no sono agora seria mta sacanagem, pobre marido! uhauahua

Prissa disse...

Puts...que morcego mais FDP cara, as coisas estavam indo tão bem... continua a historia na manha seguinte vai..."eles acordam e fazem uq nao fizeram na noite anterior..." sei la gente, eles merecem né (o marido principalmente por ter passado a noite lutando com o tal morcego)!!!
Bjos

O Cercadinho disse...

Cuecas no varal, pois é neste caso o sujeito se ralou.

bjs
(por Iberê)

O Cercadinho disse...

Ludi, sacanagem dela e ficou sem a sacanagem.

bjs
(por Iberê)

O Cercadinho disse...

Prissa, essa história não tem continuação, o cara teve azar mesmo, amanhã vou botar outro texto por aqui.

bjs
(por Iberê)

Déborah-alana disse...

Adoro o blog, tem muito humor :* beijos

Cléo de Lucca disse...

Adorei a proposta do blog...
Parabéns pelo texto, super seguindo!

Beijos
Cléo de Lucca
minhaamigamedisse.blogspot.com

Carol disse...

Viagem trágica mas cômica,rsrs.
Nossa, casal sem sorte hein, Iberê.
Bjs

Nay Santos - Pérola Preciosa disse...

Vim retribuir sua visitinha!!
Gostei muito do seu blog,
E ja estou te seguindo!!
Abraços!!

O Cercadinho disse...

Déborah-alana, grato pelo elogio ao blog, aqui temos textos diários no Cercadinho.

bjs
(por Iberê)

O Cercadinho disse...

Cléo de Lucca, valeu por ter gostado e por estar seguindo O Cercadinho, quero te ver sempre neste espaço interagindo.

bjs
(por Iberê)

O Cercadinho disse...

Caroll, sem sorte, mas com pitada de humor.

bjs
(por Iberê)

O Cercadinho disse...

Blog "Pérola Preciosa - Nayane, obrigado por estar seguindo e volte sempre aqui no Cercadinho.

bjs
(por Iberê)

Luna Blanca disse...

As pessoas precisam de Fios
Escritores, heróis, estrelas,dirigentes
Para dar sentido à vida
O barco de areia de uma criança virado para o sol.
Soldados de plástico na guerra suja
em miniatura. Fortalezas.
Navios de Guerra de Garagem.
Rituais, teatro, danças
Para reafirmar necessidades Tribais & memórias
um chamamento para o culto, unindo
acima de tudo, um estado anterior,
um desejo da família e a
magia certa da infância.

O Cercadinho disse...

Emoções, tem razão é necessário exemplos e motivos para continuar.

bjs
(por Iberê)

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